5 Tendências para a Educação em 2025: O Futuro da Aprendizagem
Desafios estão em conectar o aprendizado às demandas do mundo globalizado, que exige soft skills e preparo emocional dos jovens
São Paulo, 04 de fevereiro de 2025 – Em um mundo em constante transformação, a Educação desempenha um papel fundamental para a formação das novas gerações. Em 2025, as tendências educacionais vão muito além da simples adoção de novas tecnologias ou metodologias: elas são impulsionadas pela necessidade de preparar os alunos para um futuro repleto de desafios globais.
Confira, a seguir, cinco tendências listadas por educadoras para 2025:
EDUCAÇÃO MIDIÁTICA PARA MELHORAR A SAÚDE MENTAL
Com o avanço dos dispositivos digitais e o uso intensivo de smartphones, a saúde mental das crianças e adolescentes foi diretamente afetada. A psicóloga e gestora da Escola Internacional de Alphaville, de Barueri, Ana Cláudia Favano, afirma que para conter o aumento da dependência digital e a exposição precoce às mídias, a educação midiática surge como uma solução urgente para proteger os jovens.
“A infância baseada no brincar foi substituída pela infância baseada no celular, o que causa atrasos no desenvolvimento emocional, cognitivo e cerebral. É papel da escola preparar os jovens para uma relação mais saudável e crítica com as mídias digitais. A educação midiática não pode ser ignorada. Precisamos ensinar nossas crianças a usarem a tecnologia com equilíbrio e discernimento. Muitas vezes, os algoritmos são projetados para estimular a dependência, mas com orientação adequada os jovens aprendem a navegar de maneira consciente, preservando o bem-estar emocional”, explica Ana Claudia.
O uso excessivo de dispositivos digitais, sem propósito definido, pode prejudicar o desenvolvimento emocional, cognitivo e cerebral, resultando em problemas como agressividade, desatenção, sonolência e sintomas de ansiedade. Favano reforça que a introdução de programas educacionais sobre ética digital e limites saudáveis no uso de dispositivos traz impactos positivos no ambiente escolar e familiar.
“Precisamos aliar o aprendizado tecnológico ao fortalecimento das habilidades socioemocionais, como a gestão das emoções e o autoconhecimento. Quando crianças e adolescentes entendem os riscos e aprendem a equilibrar a vida online e offline, conseguimos reduzir o estresse, a ansiedade e outras consequências preocupantes do uso descontrolado”, acrescenta.
EDUCAÇÃO SOCIOEMOCIONAL E ENSINO DE SOFT SKILLS
Segundo a diretora pedagógica do Brazilian International School (BIS), de São Paulo, capital, Audrey Taguti, a integração da Educação Socioemocional (SEL) no ambiente escolar promove o desenvolvimento de competências como empatia, autogestão e resolução de conflitos, contribuindo para a formação de indivíduos resilientes e equilibrados emocionalmente. Ao lado das soft skills, a SEL prepara os jovens para um futuro marcado pela automação e globalização, onde a criatividade, a comunicação e a inteligência emocional são diferenciais essenciais.
“A capacidade de gerenciar emoções e construir relações saudáveis é essencial não apenas para o aprendizado acadêmico, mas também para combater situações como o bullying, criando um ambiente mais colaborativo e inclusivo”, afirma Audrey. “As máquinas podem automatizar processos, mas a capacidade de liderar, inovar e se adaptar é humana. Nós, como educadores, precisamos investir em atividades que desenvolvam essas habilidades, preparando nossos alunos para serem resolvedores de problemas no mercado de trabalho e na vida”, acrescenta Taguti.
O investimento em SEL e soft skills também impacta positivamente o clima escolar e a saúde mental dos estudantes. Ambientes que valorizam o bem-estar emocional reduzem o estresse e preparam os jovens para enfrentar os desafios da vida moderna. “Formar indivíduos completos é o que fará diferença no futuro”, conclui a diretora do BIS. Ao priorizar o desenvolvimento socioemocional, as escolas moldam profissionais e cidadãos mais preparados para contribuir de maneira ética e significativa para o mundo.
APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) surge como outra tendência educacional para 2025, destacando-se por sua capacidade de conectar teoria e prática, além de desenvolver habilidades essenciais para os desafios do século XXI. Por meio de projetos interdisciplinares, os alunos são incentivados a trabalhar em equipe, resolver problemas reais e aplicar o conhecimento em contextos concretos, o que fortalece competências como pensamento crítico, criatividade e colaboração.
“A ABP transforma os estudantes em protagonistas do próprio aprendizado, tornando o ensino mais significativo e alinhado às demandas do mundo moderno”, explica a diretora da Escola Bilíngue Aubrick, Fatima Lopes. Segundo ela, essa abordagem também favorece a integração entre diferentes áreas do saber, preparando os jovens para enfrentar cenários complexos e interconectados, como os exigidos pelo mercado de trabalho e pela sociedade atual.
Ao promover a investigação e a resolução criativa de problemas, a Aprendizagem Baseada em Projetos estimula a curiosidade e o engajamento dos estudantes, criando um ambiente mais colaborativo e dinâmico em sala de aula. “Essa metodologia não apenas melhora a retenção do conhecimento, mas também prepara os alunos para se tornarem agentes ativos na construção de soluções inovadoras”, conclui Fatima.
USO DA IA COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM
A utilização da Inteligência Artificial (IA) como ferramenta de aprendizagem é uma das principais tendências que deverão impactar a educação em 2025. A tecnologia está revolucionando a forma como os alunos aprendem, permitindo um processo mais personalizado e eficiente. Com o auxílio de ferramentas baseadas em IA, é possível analisar o desempenho dos estudantes, oferecer feedback instantâneo e recomendar recursos adaptados ao estilo de aprendizado individual.
Essa abordagem promove a autonomia dos alunos, permitindo que avancem no próprio ritmo e se concentrem nas áreas que necessitam de maior atenção. “A IA permite um ensino mais dinâmico, proporcionando aos educadores novas formas de personalizar a aprendizagem e atender às necessidades específicas de cada aluno”, afirma Fatima Lopes, da Aubrick.
Além de otimizar a experiência de aprendizado, a IA prepara os estudantes para um futuro profissional em que a tecnologia será cada vez mais presente. A familiarização com essas ferramentas oferece aos alunos a chance de desenvolver habilidades analíticas e criativas, essenciais em um mundo cada vez mais digital. “Ao integrar a IA nas práticas pedagógicas, estamos formando não apenas profissionais mais preparados, mas cidadãos mais aptos a compreender e utilizar as tecnologias que moldarão suas carreiras e vidas pessoais”, completa a diretora.
INTERNACIONALISMO
O internacionalismo como norte educacional, vai além do ensino de idiomas, preparando os alunos para um mundo cada vez mais interconectado, abordando a valorização da diversidade cultural e a promoção de intercâmbios internacionais. Ao integrar temas globais no currículo, como sustentabilidade e direitos humanos, a educação internacionalista capacita os estudantes a compreender as interconexões globais e a adotar uma visão crítica sobre problemas que afetam o mundo. “Formar cidadãos globais é preparar os alunos para interagir com outras culturas e para resolver os desafios do século XXI de forma colaborativa e ética”, afirma Fatima Lopes, da Aubrick.
Essa abordagem educacional também oferece aos alunos habilidades valiosas, como colaboração, criatividade e resolução de problemas em contextos multiculturais, essenciais para o sucesso em um mercado de trabalho globalizado. Experiências práticas, como intercâmbios e parcerias com escolas internacionais, criam redes de conexão que ampliam as oportunidades acadêmicas e profissionais, promovendo o pertencimento a uma comunidade global e formando líderes responsáveis e preparados para atuar em um cenário global. “Ao aprender sobre outras culturas e perspectivas, os estudantes desenvolvem empatia e respeito, contribuindo para a construção de um mundo mais inclusivo e cooperativo”, finaliza Fatima.
As especialistas:
Ana Claudia Favano é gestora da Escola Internacional de Alphaville. É psicóloga; pedagoga; educadora parental pela Positive Discipline Association/PDA, dos Estados Unidos; e certificada em Strength Coach pela Gallup. Especialista em Psicologia da Moralidade, Psicologia Positiva, Ciência do Bem-Estar e Autorrealização, Educação Emocional Positiva e Convivência Ética. Dedicada à leitura e interessada por questões morais, éticas, políticas, e mobiliza grande parte de sua energia para contribuir com a formação de gerações comprometidas e responsáveis.
Audrey Taguti acumula 41 anos de experiência e trabalho em Educação. É formada em Magistério e Pedagogia, possui pós-graduações em Psicopedagogia e Bilinguismo e é especialista em Alfabetização. É diretora pedagógica do Brazilian International School – BIS, de São Paulo/SP desde a fundação do colégio, em 2000.
Fatima Lopes é pós-graduada em Gestão Escolar, especialista em Bilinguismo e apaixonada pela área da Educação. De sua primeira formação, em Enfermagem, ela mantém o dom de cuidar das pessoas: gosta de se relacionar com alunos, pais e colegas, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e acolhedor. Diz ter como missão contribuir para a formação integral dos estudantes, formando cidadãos mais conscientes e preparados para o futuro. É fundadora e diretora geral da Escola Bilíngue Aubrick, de São Paulo.
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